top of page

SIGA

  • facebook.jpg
  • instagram.jpg
  • pinterest.jpg

MAIS VISUALIZADO:

POSTS RECENTES:

O que você tem feito para passar um tempo de qualidade com seus filhos?

  • Carol AB
  • 15 de jan. de 2016
  • 5 min de leitura

Hoje eu venho falar sobre TEMPO. Não o tempo comum, ao qual estamos acostumadas, mas o tempo de qualidade que passamos (ou tentamos passar) com quem amamos. Eu, como mãe, me sinto muito desafiada todos os dias a passar um tempo de qualidade com meus filhos e ainda assim conseguir cumprir todas as tarefas do dia-a-dia. Outro dia aconteceu uma coisa que partiu meu coração e eu vou contar pra vocês. Quando meu primeiro filho nasceu, eu e meu (ex) marido decidimos que era melhor que eu pedisse demissão pra ficar com ele. Pais de primeira viagem como éramos, tínhamos medo de deixar ele com terceiros ou em creche e por isso fiquei em casa durante mais de 3 anos. Nesse meio tempo terminei a faculdade com ajuda de algumas babás e pessoas da família, mas emprego mesmo só fui arrumar quando ele já estava na escolinha. Não me arrependo de ter tomado essa decisão, sei que fiz o melhor para o meu filho, mesmo que isso significasse uns anos de “atraso” nos meus objetivos pessoais.

Já do 2º filho eu não pude fazer isso. Semana passada, meu filho mais velho me chamou chorando e ao perguntar o que tinha acontecido, ele me falou: “Mamãe, por que você não deixa de trabalhar pra ficar com a gente? Eu sinto saudade daquele tempo que você ficava o tempo todo em casa. O Gabriel é tão pequenininho e você deixa ele naquele hotelzinho só pra ir trabalhar.” Aquilo me matou. Ele sempre foi muito preocupado com o irmão e naquela hora eu vi o quanto ele tava sofrendo por ver que o irmão não tinha o mesmo privilégio que ele. Eu conversei, expliquei as razões pelas quais eu não poderia fazer isso de novo, mas meu coração ficou despedaçado.


Há um tempo eu já vinha conversando com umas amigas sobre o que fazer pra preencher esse vazio que fica quando a gente tem ao deixar os filhos, seja pra trabalhar, estudar, ou qualquer outra coisa. Eu contei pra elas que sempre arranjo um tempinho pra desenhar algo e trago pro meu filho pintar. E eles dormem comigo. SEMPRE. TODOS OS DIAS. Não ligo quando falam que eles vão ficar mal acostumados, sei que na hora certa eles vão pro quartinho deles. Na ocasião, elas me contaram histórias lindíssimas. Eu reuni algumas e vou colocar aqui pra vocês, quem sabe isso ajude a estreitar os laços com os seus filhos.


Janaina Moana: Meu pai sempre chegava do trabalho no fim da tarde e dava um assobio que ele inventou e a gente já identificava. Sempre ficávamos na varanda de casa esperando e quando ele estava se aproximando já assobiava e todo mundo saía correndo pra abraçá-lo! Mesmo cansado ele ficava sentado batendo papo com a gente na varanda, e como as casas na minha cidade não tinham muro, às vezes o víamos vindo de longe e já corríamos. Uma vez minha irmã mais nova teimou que era ele que vinha e saiu correndo, quando viu que não era parou na frente do cara e começou a chorar!


Vanessa Ribeiro: Fui criada pelo meu avô e minha avó, porque quando eu nasci minha mãe tinha 14 anos! Todas as vezes que ele saía pra trabalhar me dava um beijo na testa e dizia "Deus te abençoe minha passarinha", em hebraico porque ele era judeu. No dia seguinte do meu aniversário de 15 anos ele morreu deitado no sofá enquanto conversávamos, foi um infarto fulminante. Após 10 dias descobri um tumor e me senti debilitada física e emocionalmente e foi aí que a minha avó passou a assobiar e dizer "Deus te abençoe minha passarinha" durante todos os outros dias! A parte emocionante dessa história real é que hoje ela tem Alzheimer e continua dizendo isso todos os dias, mesmo sem saber exatamente do que se trata!


Amanda Passos: Meus pais sempre trabalharam em comércio próprio ( que eu me lembre ) então eu sempre tava com algum deles ou com eles no comércio. Meu pai saía muito pra fazer compras e caçar promoção e pra gente não ficar à toa, ele nos levava. A gente ia e ficava com ele nos supermercados e pra nos localizar, ele tinha um assobio próprio. Quando ele morreu minha mãe imitava às vezes pra nos deixar felizinhos.


Fernanda Barros: Meus pais sempre foram muito presentes, mas quando eu nasci minha mãe ainda tava na faculdade então eu ficava muito mais com meu pai. Lembro de ter uns 2/3 anos e eu amava história em quadrinhos, todo dia meu pai me dava banho, sentava e lia um quadrinho enquanto escovava meu cabelo. Eu sempre dormia assim com ele penteando meu cabelo. Nos dias que mamãe chegava ( sim, falo mamãe até hoje ) e eu ainda estava acordada, deitava na cama deles entre os dois. Eu tenho uma pinta na virilha, tipo da Angélica só que do lado direito, mas meu pai deitava do lado esquerdo da cama, então eu cruzava as pernas igual uma tesoura, porque eles diziam que iam me dividir no meio e eu queria que ele ficasse com o lado da pinta.


Luíza Belúsio: Meu avô paterno morava em Minas Gerais, Sabará, sempre íamos passar as férias de fim de ano com eles e meus tios. Ele tinha o costume de fazer ovos mexidos com farinha de milho todos os dias pela manhã e colocar num pratinho esmaltado, daqueles bem antigos e descascados. Fazia e levava todos os dias pela manhã na cama pra mim enquanto estivesse lá. Ele faleceu. Meu pai desde então faz isso todos os dias. Hoje tenho minha casa, mas volta e meia, quando meu esposo está de plantão, vou dormir lá e pela manhã o cheiro de ovos mexidos com farinha de milho me remete à melhor fase da minha infância.


Marina Dias: Minha mãe trabalhava com meu pai e ele sempre foi de farra e gostava de sair muito, então tínhamos empregada que dormia em casa. Por causa disso, meus pais saíam muito à noite e eu tinha medo de dormir no meu quarto, assim quando minha mãe não estava, eu dormia com a Rose na caminha dela apertada. Quando minha mãe decidiu que não tava mais sendo conveniente essa situação, ela abriu uma loja perto de casa, ia e voltava, fazia comida rapidão, levava pra escola, tudo esbaforida. Por eu morrer de medo de dormir no meu quarto, minha mãe me levou pra benzer e quando não deu jeito ela colocou um colchão no quarto dela pra mim! Meu irmão também quis, então era uma zona pra dormir, gente arrumando colchão, meu pai brigando... sempre me lembro disso, era muito bom! Quarto de mãe é mais cheiroso que o nosso, a cama tem mais travesseiro... a minha mãe se desdobra em mil até hoje pra agradar, mesmo reclamando!


Amanda Kock: Quando eu era pequena, minha mãe trabalhava dois turnos e fazia faculdade à noite, então eu a via muito pouco. Pra comprovar que tinha me dado um beijo de boa noite quando ela chegava da faculdade (porque eu já estava dormindo), ela dava um nó na ponta do lençol. Eu sempre acordava desesperada procurando pelo nó!


Depois de ler todas essas histórias (e tem mais, uma mais emocionante que a outra, mas não caberia aqui!), chegamos à conclusão de que toda demonstração de amor é válida. Por menor que seja, por mais insignificante que você ache que seja, o importante é que a criança se sinta amada, cuidada, protegida. Que nós saibamos sempre nos fazer presentes na vida dos nossos filhos neste mundo louco, pois o que fica é somente o amor que dispensamos aos nossos.

 
 
 

留言


© 2015 por PRESS2IMPRESS

bottom of page