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ELEUTHEROMANIA

  • Thaiane Dutra
  • 28 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura


eleutheromania

Hey, você! Não me limita, não me coloca muro. É isso mesmo, eu não sei quem eu sou, você quem vai saber? Não, não, eu ainda não sei me definir, e nem tenho como.

Eu quero doce, mas quero sal e amargor. Há tempo para ser mais, para ser além, por que seria, logo eu, o pouco, o menos? Me sou plural e, de plural, quero multiplicar minhas possibilidades. Não quero ser quadrado, quero circular, ou não.

Quero poder ser grito e silêncio, tudo ali junto e no mesmo instante. Ouvi dizer que qualquer calmaria me dá solidão, e dá mesmo. Mas há dias que não quero ventania e companhia. Tem dias que não me reconheço no antes e nem no depois, e você me reconhece?

Quantas vidas possuo, numa só delas, para ser tudo que posso e quero? Permita-me ser além de ponto, permita-me ser reticências...

ELEUTHEROMANIA

Não me limito pelo destino, pois mais que pés, ele me deu asas para ir e vir no que sou e não sou. Quero surpresa, surpreender-me no que posso ser e conhecer. Quero desbravar o mundo em mim, o mundo a ser meu.

Não dá, não dá não! Não dá para me colocar na linha, na reta, se meu caminho é espiral, se não sou inteira, mas formada por pedacinhos pequenos de tudo que vivi e de tudo que marcou/marca/marcará na vida.

Meu coração se inquieta com a possibilidade do mesmo. Minha alma se rebela com o fixo, imutável e não crescente.

Por quê pouco se posso ser muito, se posso ser tudo, se posso ser além do que eu mesma imagino poder?

Não me limita, porque o que me preenche é aquilo que me transborda.

 
 
 

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