Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas???
- Thaiane Dutra
- 14 de nov. de 2015
- 2 min de leitura

Ainda crianças nos deram um livro muito do bonitinho sobre um menino que acreditava que se você cativa alguém, se torna responsável pelo querer bem do outro. Achamos a frase linda, poética, digna de colar na parede de casa, de tatuar nos nossos corpos, de escrever no caderno e de colocar em dedicatórias de livros que demos. Mas será que pensamos sobre ela? Será que somos mesmo responsáveis pela simpatia que imprimimos no outro? Gosto de pensar que seu responsável por minhas ações, pelas palavras ditas, pelas promessas feitas, mas não quero em meus ombros o peso do sentimento alheio ou da expectativa do outro.
Como podemos ser responsáveis pelo sentimento alheio, ou pior, como podemos querer que o outro seja responsável por nossas anseios e sentimentos?
Damos um presente e já sofremos com a perspectiva sobre o que o outro vai achar. Se a pessoa não gosta, já nos chateamos, pois criamos todo um imaginário sobre como seria. Se damos algo é porque queremos, pois aquilo é significativo para nós! Já o outro, não tem obrigação de gostar ou de retribuir!

Nos ensinaram que "O amor tudo vence, salva e constrói" e nos apegamos nisso acreditando que podemos mudar o outro ou que somos insubstituíveis na vida de alguém, pois alguém disse que precisa de nós e que somos responsáveis pelo que cativamos.
O "Eu preciso de você" nos soa elogio, pois nos colocamos na posição de salvadores, de "anjos" na vida de alguém. Porém essa responsabilidade é escravização de nós mesmos e da expectativa do outro, seja por ego, pena ou medo. Tememos sim não sermos importante a alguém, tememos o esquecimento e por mais doloroso e tortuoso que seja o caminho, ficamos ali, pois queremos ser centro da evolução desse alguém.
Só que responsabilidade é via de mão dupla e quando damos, queremos o retorno, criamos expectativa no dar e no pedir. Mas, somos mesmo responsáveis pelas possibilidades que o outro cria a respeito de nós?
E quando somos nós a criar expectativas sobre os outros, sobre a mensagem não respondia, sobre o telefonema que não chegou, sobre o sentimento não correspondido? Podemos mesmo pedir ao outro que seja responsável pelo que nós queremos e por nossos sentimentos?
Sejamos menos heróis e heroínas, peçamos menos heróis e heroínas!
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